Mulheres do Brasil, Palestina e Curdistão se unem em debate sobre resistência popular e luta contra guerras

No próximo dia 27, a sede CSP-Conlutas, em São Paulo, sediará uma roda de conversa e atividades culturais que prometem ser um importante espaço de intercâmbio entre movimentos de mulheres de diferentes partes do mundo. O encontro terá como tema: “Brasil, Palestina e Curdistão: a guerra dos Estados contra os povos. Resistência e ferramentas pela luta”. A realização é do Movimento Luta Popular, filiado à nossa Central, juntamente com a Rede de Mulheres Tecendo o Futuro e Contrabando Editorial.

O debate, que será realizado às 18.30, contará com a presença de Lina Marçal (delegada internacionalista do Movimento de Libertação do Curdistão e integrante da Rede de Mulheres Tecendo o Futuro); Soraya Misleh (jornalista palestino-brasileira e coordenadora da Frente em Defesa do Povo Palestino SP); Railda Silva (Associação Amparar – familiares e amigos/as de presos/as), e Kerexu Martim (liderança indígena Guarani Mbya e cineasta). A mediação será feita por Irene Maestro, militante do Luta Popular e integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas.

As companheiras curdas vivem um momento de transição histórica, deixando a luta armada para fortalecer o que chamam de “confederalismo democrático”, modelo político baseado na autonomia comunitária, na igualdade de gênero e na ecologia social. Essa mudança despertou o interesse por conhecer experiências de organização de mulheres na América Latina, reconhecida por suas tradições de resistência territorial e comunitária. É com esse objetivo que acontecerá esse debate na sede da nossa Central.

Conferência internacional na Colômbia

O evento em São Paulo faz parte de uma articulação mais ampla da Rede de Mulheres Tecendo o Futuro, que prepara um encontro internacional entre os dias 11 e 15 de fevereiro de 2026, em Bogotá (Colômbia). O tema será “Floresceremos porque a guerra não pode arrancar nossas raízes. De Abya Yala ao Curdistão, a luta das mulheres frente à destruição da vida”.

Entre os debates centrais da conferência estarão o colonialismo extrativista, a destruição dos territórios e o papel das mulheres na defesa da vida e da natureza. Serão realizadas oficinas sobre saúde, cultura, economia, educação, comunicação, autodefesa e Jineoloji (a ciência das mulheres desenvolvida pelo movimento curdo).

Já estão confirmadas a participação de organizações e movimentos de diversos países, como Mapuche, Nasa, Aymara e Quechua, além de coletivos como Ni Una a Menos (Argentina), Feministas Abya Yala, COPINH, CONAIE, Las Kompas, Red de Mujeres de Chile, Congreso de los Pueblos, e sindicatos de trabalhadoras camponesas de Uruguai, Argentina, Bolívia e Equador.

Irene Maestro destaca que “a construção desse encontro é uma oportunidade para fortalecer a solidariedade internacional e a resistência das mulheres frente às guerras, ao patriarcado e ao capitalismo”. “A guerra não pode arrancar nossas raízes. Seguimos florescendo na luta das mulheres pela vida”, afirmou.

FUENTE: Conlutas

martes, noviembre 11th, 2025